A Peste Negra, pandemia causada pela Yersinia pestis que assolou o mundo na Idade Média e matou cerca de 30% da população da Europa em 05 anos de evolução, é um dos maiores exemplos históricos de doença infecciosa de rápida disseminação e alta mortalidade e, por isso mesmo, fascina pesquisadores até hoje! Talvez o fato mais interessante seja a discrepância epidemiológica da doença medieval com as infecções modernas causadas pela Yersinia pestis: afinal, será que é o mesmo agente etiológico? Se for, o que justifica não haver uma Peste Negra moderna?
É exatamente isso que pesquisadores tentaram desvendar e publicaram em artigo recente na Nature! Eles tentaram reconstruir o genoma da Y. pestis medieval através de amostras colhidas em corpos exumados de vítimas da pendemia de Peste Negra que estavam enterradas num cemitério em Londres. E o que eles descobriram? A pesquisa mostra que a análise filogenética e a arquitetura genética do organismo medieval é ancestral à Y. pestis moderna associada às infecções atuais. Qual a importância disso? A pesquisa conclui que a alta virulência da cepa medieval não foi devido o fenótipo diferente da bactéria, o que sugere a importância de outros fatores implicados em pandemias: ambiente, dinâmica dos vetores e susceptibilidade do hospedeiro. Confira abaixo vídeo em que os pesquisadores falam detalhes sobre o tema:
Referência:
Krause J et al. A draft genome of Yersinia pestis from victims of the Black Death. Nature (2011) doi:10.1038/nature10549
Assisti ao vídeo, é interessante saber que o homem evoluiu imunologicamente mas, por outro lado, o preço que pagamos por isso é alto, os cânceres e o Alzheimer estão aí para provar!
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