Masters of Sex, um seriado sobre as pesquisas de Masters & Johnson



William Masters e Virgínia Johnson, o casal que revolucionou o estudo da sexologia na década de 1960, agora está retratado em seriado de televisão! A série, Masters of Sex, chegou ao final de sua primeira temporada com grande sucesso e já tem 2ª temporada garantida! 

Ambientada no final dos anos 50, Masters of Sex é uma excelente produção com rigor de detalhes: a série mostra muito bem a ambientação da década de 60, e mostra o que estava na cabeça das pessoas dessa época: viagens espaciais, medo de uma guerra nuclear e o American Way of Life no seu ápice! Como a série trata sobre sexologia, é interessante ver a roupagem de época que eles deram a temas como homossexualismo (nessa época considerado doença), infidelidade e o papel social da mulher. A série é de execução e produção exímias, com bons atores, e com temas extremamente atuais - apesar de ser representada na década de 60. 




Masters & Johnson
William Masters era um ginecologista americano do Hospital Saint Louis da Washington University que na década de 50-60 associou-se a sua então assistente de pesquisa (e ex-cantora) Virgínia Johnson e criaram as bases da sexologia contemporânea.



Juntos foram os primeiros a observar as respostas fisiológicas do sexo.  Na fase inicial dos estudos, de 1957 a 1965 (retratado na 1ª temporada do seriado), a pesquisa conduzida pelo casal era extremamente inovadora para a época: usava a observação da masturbação de indivíduos femininos e masculinos e relação sexual de casais para analisar parâmetros objetivos de ECG, EEG e frequência cardíaca. Dentre os resultados obtidos, eles quebraram vários tabus e mitos da época: concluíram que não havia diferença entre o orgasmo vaginal e clitoriano, como proposto por Freud e estabeleceram o conceito das 04 etapas da relação sexual: excitação, platô, orgasmo e resolução.

Além de inovadora, a pesquisa foi de difícil execução, ora - se hoje em dia em pleno 2014 ainda parece complicado avaliar o sexo assim ao vivo, que dirá então em plena década de 60: antes mesmo do homem ir a Lua! O seriado retrata bem essa dificuldade, tanto no acesso ao espaço físico para fazer no hospital universitário como pesquisa acadêmica, como financiamento e busca dos objetos de pesquisa.

Masters e Johnson fizeram suas pesquisas no Departamento de GO da Universidade de Washington até 1964 e em seguida fundaram o Instituto Masters e Johnson, onde fizeram pesquisas sobre sexologia até os anos 90, quando se divorciaram. Os resultados não foram publicados somente em artigos em periódicos famosos da época, mas sim em dois livros que se tornaram best-sellers traduzidos para mais de 30 línguas: Human Sexual Response e Human Sexual Inadequacy

Desenvolvimento psicosexual de Freud
Até a década de 50, só havia teorias sobre a sexualidade - mitos, tabus, conceitos estranhos e nada comprovado por método científico. Até essa época o pensamento de Sigmund Freud fez muito sucesso e regia o conhecimento sobre sexo. As teorias de Freud sobre o desenvolvimento Psicosocial, o conceito de Id, Ego e Superego pareciam comprovar os acertos do austríaco do charuto. Contudo, eram teorias, ideias que não tinham como ser comprovadas. Quanto ao desenvolvimento psicosexual, Freud propôs o modelo das fases do desenvolvimento da sexualidade na criança com as famosas fases Oral, Anal e Fálica - seguidas pelo Complexo de Édipo e a ansiedade da castração - que são bem discutidas e regularmente aceitas até hoje. Entretanto, Freud postulou algumas coisas que se sabem hoje estarem bem erradas: ele achava que a masturbação, por exemplo, fazia mal; acredita também que havia uma diferenciação entre orgasmo vaginal e clitoriano - conceito derrubado inclusive por Masters e Johnson.



O seriado foi produzido nos EUA pela Showtime, mas está sendo exibido no Brasil às segundas-feiras pela HBO. 

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